quinta-feira, 16 de junho de 2011

Projeto prevê desconto do aluguel na folha de pagamento


Está em discussão no Congresso Nacional o Aluguel Consignado. Trata-se de uma proposta que visa trazer mais segurança aos proprietários de imóveis e diminuir o principal problema enfrentado pelo setor, a inadimplência. De autoria do deputado federal, Júlio Lopes (PP-RJ), o projeto de lei 462/2011 tem como objetivo permitir a consignação do aluguel em folha de pagamento dos contratos de aluguéis firmados por servidores públicos e empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O valor do aluguel descontado em folha não poderá ultrapassar 25% do valor líquido.

O projeto ainda tem um longo caminho até a aprovação, mas já é bem aceito para o mercado imobiliário, uma vez que se torna mais uma alternativa à locação de imóveis. “A proposta atrairá os locatários que encontram dificuldade em conseguir um fiador, o que significará maior procura por imóveis. Por outro lado, a garantia de recebimento dos aluguéis ao proprietário estimulará a entrada de novos agentes”, explica André Luiz de Souza Júnior, sócio proprietário da Imobiliária Ato.

A opção de desconto em folha de pagamento já praticada em outros casos, o que torna improvável o projeto de lei ser classificado como inconstitucional. Os bancos já fazem empréstimo consignado. O mecanismo para o aluguel consignado é praticamente o mesmo do empréstimo com desconto na folha de pagamento.
Entretanto, vale ressaltar que essa garantia não vale para todo mundo. Para os trabalhadores informais, que não possui renda fixa, essa possibilidade fica inviabilizada.

Fonte: Primeira mão notícias

sábado, 4 de junho de 2011

A renda gerada pelo aluguel de imóveis comerciais no Brasil foi a décima maior do mundo em 2010


Em 2010, o aluguel de escritórios deu um retorno equivalente a 11% do valor da propriedade em São Paulo e a 10,5% no Rio - contra apenas 5,5% no resto do planeta

São Paulo - A renda gerada pelo aluguel de imóveis comerciais no Brasil foi a décima maior do mundo em 2010. Segundo uma pesquisa da consultoria imobiliária Colliers, que leva em consideração 130 cidades em 50 países mundo, a taxa de retorno de escritórios representou em média 11% do valor da propriedade em São Paulo e 10,5% no Rio de Janeiro. Os percentuais são equivalentes ao dobro da média mundial (5,5%) e superam os valores obtidos nos principais centros mundiais, como Nova York (6%), Londres (5,75%), Milão (5,5%), Paris (5,1%) e Tóquio (4,6%).


Os imóveis industriais, como galpões, centros de distribuição e unidades fabris, são ainda mais rentáveis. O aluguel representou 12,5% do valor do empreendimento no Rio de Janeiro e 11,5% em São Paulo. Ambos os valores também são bem superiores aos das maiores metrópoles mundiais.


O investidor que fugiu dos ativos financeiros e concentrou seus recursos no mercado imobiliário nos últimos anos não tem do que se queixar. Desde 2007, o retorno médio obtido com imóveis comerciais foi bem superior ao CDI (considerado o retorno médio de investimentos de renda fixa) e ao Ibovespa (principal índice de ações da bolsa paulista).


É importante lembrar que a vantagem dos imóveis foi obtida mesmo sem levar em consideração o ganho que pôde ser embolsado pelo investidor com a compra e venda de imóveis em um momento de forte valorização. A taxa de retorno só inclui a renda gerada pelo imóvel a partir dos aluguéis e eventualmente outros serviços prestados dentro do empreendimento.


Preços


A expectativa da Colliers é de que os valores dos aluguéis e de revenda dos imóveis comerciais não subam tão rapidamente no Brasil neste ano quanto no passado recente. A economia passa por um momento de desaceleração devido ao aumento dos juros. Em épocas como essa, vendedores e locadores são obrigados a ser mais flexíveis nas negociações.


Para a consultoria, a tendência geral é de que seja observada uma gradual queda nas taxas de retorno dos imóveis brasileiros nos próximos anos. Um limitador desse processo é a inflação em alta, já que a maioria dos contratos imobiliários são indexados ao IGP-M no Brasil. Isso significa que os aluguéis ficam mais caros sempre que os preços aceleram. Não é à toa que o mercado imobiliário é visto como porto seguro por muitos investidores em momentos de avanço da inflação.


São Paulo e Rio


O levantamento da Colliers também inclui a lista dos imóveis mais rentáveis do Rio e de São Paulo. Todos são empreendimentos de escritórios e quatro deles se encontram na capital paulista, conforme a tabela abaixo:


Os imóveis mais rentáveis de São Paulo e Rio de Janeiro


Empreendimento Cidade |Taxa de retorno do imóvel
Edifício Barros Loureiro |São Paulo | 22%
Centro Administrativo Santo Amaro |São Paulo | 14%
Rio Branco 115 |R.de Janeiro | 14%
Eco Berrini |São Paulo | 13,50%
Brazilian Financial Center | São Paulo | 13,50%


A Colliers acredita que o mercado de escritórios de São Paulo deve continuar no estágio de expansão nos próximos meses. A partir do segundo semestre, entretanto, grandes empreendimentos serão entregues (clique aqui e veja os principais). A consultoria prevê o início de um estágio de superoferta de espaços para a instalação de empresas a partir de 2012. com a diminuição no ritmo de aumento dos preços ou mesmo queda.

Já o mercado carioca de escritórios vive uma realidade bem distinta. As limitações geográficas impostas pelo mar e pelas montanhas diminuem as possibilidades de novos lançamentos de prédios comerciais nas regiões onde as empresas desejam se instalar. Tanto que muitas incorporadores enxergam o retrofit (revitalização total de prédios antigos) como única alternativa para levar adiante grandes empreendimentos na cidade.

Como a expectativa de lançamentos não chega a superar a demanda, a Colliers acredita que o Rio de Janeiro encontra-se neste momento apenas na metade do ciclo de expansão imobiliária. Os preços dos aluguéis e das propriedades, que já são bastante altos, devem continuar a subir por mais alguns anos. O estágio de superoferta, em que há uma reversão nos valores praticados, só de ser alcançado por volta de 2014.
fonte: exame.com